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sexta-feira, outubro 12, 2012

Dança dos mortos

Os olhos fechados a 12 horas, agora se abrem de supetão. Uma dor arde em suas entranhas, é a necessidade, gritando por ser ouvida; afinal, tudo tem um preço.
Após se levantar com velocidade sobre humana seu interior ainda arde e é hora da caça, hora da dança dos mortos.
Quando o sol se ponhem no horizonte e a Lua sobe aos céus, destemida, a dança dos mortos começa. Aqueles que deveriam dormir pela eternidade, despertam, sedentos por sangue, por mais vida. Seu golpe é uma dança cruel, entre a vida e a morte, o vivo e o semi vivo.
Não era diferente com Eddy, seu corpo sempre guinchava de dor, enquanto a mente vagava em busca da próxima caça. Não havia sentimento, não havia culpa, era apenas instinto animal.
Esperando na calada da noite com um chapéu preto e um sobretudo de mesmo tom, aguardou pacientemente nas sombras até sua vítima perfeita surgir.
Ela tinha dezessete anos, cabelos longos, lisos e negros, um corpo curvilíneo que tornava cada passo diferente do anterior. Ele não notou nada disso, notou apenas o barulho da pulsação saudável, em plena vida; o cheiro da pele nova e do sangue que corria por debaixo dela, oh! que cheiro adocicado, magnifico.
Ela estava distraída, ele estava pronto para o ataque e assim o foi... Enquanto ela passava a sua frente ele abdicou da escuridão saltando até ela e parando em sua frente. Ela não gritou, apenas se tornou estática e olhou dentro dos olhos do vampiro. Ela buscou por dor, por medo, culpa, qualquer emoção, mas nada havia ali,apenas o extinto animal, puro como em um leão e sem qualquer regra civilizada.
- Devore-me rápido, ser da noite. - Ela pediu sem alterar a voz e mantendo seus olhos fixos nos do vampiro. - Sugue-me até não haver mais uma gota de sangue em meu corpo. Entendo seu motivo, agora entenda o meu em pedir pela minha morte.
A dança dos mortos mudou de rumo, a caça virou caçador, e o caçador, presa; nessa dança invertida onde os vivos caçavam os mortos.
O vampiro não tinha consciência alguma, era sua vida, sua sobrevivência  sua razão de existir; por isso o vampiro cedeu e abocanhou o suculento pescoço que lhe era oferecido.
O sangue pulsou forte, quente e doce, da fada para ele, que apenas soube desse detalhe quando já era tarde demais.
O sangue da Leanan Sidhe [ fada amante], percorreu suas veias, e agora aquela amarga dor o possuía, a culpa de mortes que nem mesmo cometerá, a culpa de pessoas a quem, primeiro dava tudo e depois tirava a vida. Assim como ele, a Leanan era puro existindo, até que a culpa e as emoções a dominaram, e agora consumiam até aquele pobre vampiro; que caiu sobre o amparo da Leanan.
Ela se alimentou de seu sangue, puro, doce, animalesco. Sua culpa repousava no corpo vampiresco a sua frente, definitivamente morto, e agora ela sentia o toque final da eternidade. Sentia a fortificação que o sangue vampírico  dava ao seu de fada, já forte. Sentia- se bela, imortal, atemporal.
E agora era, meia vampira e meia Leanan. A caça que virou caçadora e a dança que se iniciava novamente, afinal a dança dos mortos, jamais termina, afinal a eternidade, está a um passo da morte.


Razão para viver


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Do fundo,
para o mundo.
Meu motivo de viver,
minha razão de existir.
A dor da humanidade,
que necessita de salvação.
A dor do doente,
que necessita de atenção.
A doença da alma,
a ação podre,
do ser de pouco avanço.
 A dor da perda.
O sentimento de raiva,
de culpa.
Obscuro, porém,
nada disso na realidade é.
A razão de viver,
de existir.
Está, na realidade,
em superar as dores,
as causas,
o passado e
a realidade.
Está no sorriso,
no doce amigo.